Sabores
Doceamargo era o nome do meu espetáculo de conclusão de
curso de Dança. Estou a pensar nessa mistura...
Era 8 de maio de 2004, se não me engano. Um sábado de manhã
em que eu pegava o avião com destino ao meu sonho. Naquela cidade cinzenta,
esperava-me aquele com que eu fui mais feliz. Partia da terra dos longos
horizontes pela dos arranha-céus. Deixava um emprego, em que exercia uma chefia
para fazer faculdade de Dança.
Entre 8 e 10 de maio de 2013 mais uma vez eu deixo os largos
horizontes. Desta vez troco o cerrado pelo mar. Mais uma vez um cargo de chefia
pela Dança, neste caso, Mestrado. Mas a sensação de vitória é diferente. O doce
tem um quê de amargo.
A vitória do Mestrado eu já havia atingido em 2009, quando
abri mão do curso para voltar para Brasília. E é isso que traz o gosto
diferente hoje. Voltei para a cidade que um dia escolhi viver cheia de planos.
Aqui faria o Mestrado e também construiria minha família. Foram três anos na
cidade que amo. Mas ela não me deu o que eu desejava... então era preciso novos
ares e a Bahia foi o local escolhido.
Sei que vou se não para a
melhor, vou para a segunda melhor do país na minha área – UFBA e Unicamp são
as bambambans da área.
Mas é bastante estranho deixar a cidade que um dia eu
escolhi para viver. Deixá-la porque ela não atendeu aos meus desejos...
Brasília abriu meus horizontes e fez eu buscar os meus sonhos. Mas, em nenhuma
das vezes, me ofereceu a realização deles. Tive de deixá-la uma vez e agora
outra.
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