Encontro das águas.

Como águas que navegam por seus cursos, nos encontramos. No asfalto, como peixes fora d'água. Águas em movimento, sempre, mesmo que aparentemente paradas.
Ondulava...Tateava. O teu caminho era reto, seguro. Ou como oceano imponente além mar. Era o que parecia. Para impressionar? Para me impressionar?
Minhas águas mornas titubeavam entre uma onda e outra. Tinhas águas quente vinham avassaladoras, mesmo que aparentemente calmas e quietas. Quietude parece que não havia de lado algum. Um turbilhão de sons, lugares e sotaques.
Somos águas opostas, mas talvez complementares?
Sou água doce. Navego calmamente como o lago que é rio ou o rio que é lago, da foz ao estuário, sem pressa. Ondulando. Minhas pequenas ondas batem na margem. Acariciam-te. Sou um pequeno rio-lago que desemboca numa laguna. Por isso te encontrei: as lagunas correm para o mar.
Tu és água salgada: um mar ou oceano. Grande... Navega de um lugar a outro. Não para e não parece ter fim. Eu tenho pouso certo, e tu? A incerteza é teu nome. E varias conforme a maré. Há momentos de ondas baixas e calmas; e outros de convite ao surf. Deixa eu te surfar?
Como a água doce encontra a salgada?Onde está nossa laguna? Derramo-me sobre ela. Invade-a. E por alguns instantes nos encontramos. Efêmeros como o encontro das águas. Sem mistura. 

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