Insônia

Ontem o dia estava nublado. E de repente uma intensa chuva desabou. Com aquelas águas se foram lixo e entulhos. Como se houvesse uma catarse, uma grande limpeza de alma.
Tudo se esvaia, sem explicação. Como se as ondas do mar, a maré ou a lua influenciassem aquele movimento todo.
Com o avançar das horas, a enxurrada aumentava. Até que não havia mais água armazenada para desabar. E um imenso vazio invadiu a noite. O silêncio e a brisa pós-chuva tornavam-no ainda maior.
A cada minuto aquele vazio aumentava e invadia a escuridão. A dor da solidão. Até que ele se tornou insuportável. Mas aí o sol já tinha raiado e um novo dia começava.


(Sampa, janeiro de 2007)

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