No coração do RS

Uma luz apagou uma multidão. Um erro que foi fatal.
Na madrugada do último domingo, a claridade do banheiro fez centenas de pessoas imaginarem que ali era a saída. Não era. E naquela noite o coração do RS parou, enquanto o de mais de 200 pais e mães simplesmente dilacerou. Não dá para explicar o inexplicável. Não dá pra compreender a vida não seguir sua "ordem natural". Qual dor maior a um pai e a uma mãe que a de enterrar seu filho ou filha? Pensei em uma das vítimas, que tinha 104 ligações não atendidas. Imagina o desespero dessa mãe ou pai?
Desde domingo, me pego chorando, imaginando - porque quem não é mãe ou pai e não passou por isso não consegue sentir igual - a dor desses pais. Uma dor indecifrável, indescritível e insuperável.
Lembrei da mãe da Ana, que ano passado encontrei, na missa de um ano. Ela perdera duas filhas e era a imagem da desolação.
O que posso fazer? Apenas orar para que essas almas descansem e que seus pais sejam acalentados. Mais nada, infelizmente.
O coração do RS - mais ao meio que à esquerda - parou domingo. E, com ele, a perplexidade de um país todo. Infelizmente, esses jovens vão servir de mártires.

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