Saisad



De tudo ficou o bicho do bichinho. A lembrança física do que passou. De todo o afeto e das juras de amor não proferidas ficou a prova material. Uma compensação de algo intocável.
Meses de convivência foram depositados naquele animal de pelúcia. Brigas e amores. Choros e gargalhadas.
Um simples ser, pequeno e indefeso, inanimável, guarda o nosso amor não consumado.
Era outro bichinho que queria abraçar esta noite e dormir agarradinha.
Nunca deixaste rastros visíveis na minha vida. Era como se andasses pé ante pé para não ser percebido. Enquanto eu abria os braços e escancarava.
Em todo canto teu tem um pouquinho de mim. E eu não tinha nada que provasse a tua existência, nem tua passagem e o estrago que fizeste em minha vida. Até que, como a derradeira despedida me deste aquele bichinho de pelúcia, sabendo que eu ia adorar. Principalmente porque, pela primeira vez, tu demonstravas que queria que eu ficasse com uma lembrança tua, palpável.
De tudo ficou o bichinho de pelúcia... Que teima em me lembrar que tu não estás mais aqui.

Comentários

nubia disse…
Boa noite Neila

Sou uma assídua frequentadora do blog do JC.
Amei esse texto, tão lindo e ao mesmo tempo triste...menina acho que estou voltando a ficar romântica! Céus!
Beijos

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